17 fevereiro, 2006


imagem encontrada algures por aqui

Em semana de Valentim o post orienta-se claramente para assuntos do coração... Recebi algumas mensagens na 3ª feira, não de namorados ou potenciais candidatos mas de amigas mais ou menos tristes ou incomodadas com o facto de não terem um valentino. Pessoalmente, se há dia em que gosto de não ter namorado é a 14 de Fevereiro. Nos dias restantes... Bem, nos dias restantes a postura é "sim, claro que gostava muito de encontrar o homem certo, tal como gostava muito de ganhar o euromilhões". Era algo muito bom, mas sem o qual posso estar perfeitamente bem, sem viver na expectativa.

Sempre achei que o estado civil tem muito a ver com uma série de expectativas. Temperamento, sorte e outros etc's também entram claro. Mas acho que tendo-se baixas expectativas é bem mais simples ter um namorado. Olhando para trás vejo que foram várias as vezes em que inconscientemente sabotei várias relações porque estas não correspondiam às minhas expectativas ou porque optei por valorizar outras dimensões da minha vida. Nessas situações, quando sentia a relação a encaminhar-se para niveis mais sérios começava automaticamente a acusar a falta de certas coisas boas da vida de solteiro - a disponibilidade total, o pensar a 100% por mim própria em vez de em função de outra pessoa, o tempo para amigas e amigos (o poder ter e estar com amigos da forma e as vezes que bem quiser sem ter que levar com crises de ciúmes, ou como dizia a minha querida Sissas, poder andar abraçada a quem me apetecer).
Recordo-me do filme as Bonecas Russas visto há uns meses, em que o personagem comparava as relações amorosas com matrioshkas, onde se abria uma boneca atrás da outra na expectativa de encontrar a tal. A grande diferença estaria então entre as pessoas que investem totalmente na primeira escolha e aquelas que precisam de conhecer mais, de viver, de explorar, de descobrir, antes de decidir que realmente é aquela relação e aquela pessoa que querem.
Ok, já sei que vão cair em cima e lembrar que há o outro lado da moeda, e que ao ser assim corro o risco do "quem muito quer, tudo perde". Sim, assumo claramente esse risco, com a certeza de que prefiro sonhar alto e falhar do que contentar-me com a mediania, a vulgaridade, sem nunca ter explorado outras opções.
Por isso, a todos os que passaram o dia dos namorados "soltões" - quando começarem a pensar que o problema é vosso, façam um pause e em vez disso fiquem orgulhosos. Normalmente as pessoas interessantes não têm vidas simples, nem padrões de amor simples. Talvez essa seja uma das consequências de se manter os sonhos lá no alto...

14 comentários:

Anónimo disse...

Minha Rainha (...aqui o 'minha' não deve ser lido como 'posse' mas sim como 'serventia', visto que me dirijo a qualquer rainha como membro da plebe q sou!)

Bonita a arte e bonito o sentimento com que a vejo opinar sobre os mais variados temas...como é de facil constatação, a Minha Rainha deve-s estar a marimbar para a opiniao de um leigo que, na qualidade de anónimo, introduziu as suas opiniões à força num blog ao qual nao pertence...MAS...(e porque ha smp um mas) num tema tao delicado qto 'relações amorosas', sinto-me obrigado a fazer um alerta!!
Assim sendo, cá vai...
A vida nao tem de ser 8 ou 80!...nao se pode querer o perfeito...existem meios-termos! A perfeição é alcançada com o tempo e com dedicação...exije trabalho, cedencias...um namorado/a não deve nunca ser encarado/a como uma mudança, mas sim como um complemento à nossa vida!!...não é por se ter namorado/a q se deixa os Amigos, os copos, os 'agarranços' a quem nos apetece, etc...
Temos que ter sempre presente que, quando aceitamos alguem na nossa vida, aceitamos como o conhecemos e nao temos o direito de o/a mudar!...nem por ciumes nem por 'suspeitas'...acima de tudo confiança como base e a capacidade de viver uma vida a dois respeitando sempre o espaço e os limites de cada um...
A 'vida de solteiro/a' há-de ser sempre um estado de espírito ilusoriamente necessário ao nosso bem estar...Namorar tem que ser sempre um prazer e nunca um fardo...para tal basta manter sempre tudo esclarecido entre as partes envolvidas!!...e de preferência logo desde o inicio...
O Amor surge, não se procura...e um dia 14 de Fevereiro sem namorado/a é igual a qq outro dia do ano sem namorado/a...só q nesse dia em particular, os restaurantes estão todos cheios!

Desculpem o abuso de 'linhas' e...HAPPY LIFE!!!

Anónimo disse...

Ah, e tb me esqueci q e ao contrario do q diz, deve-se smp manter as expectativas altas!!...e aproveitar ao máximo antes de elas 'baixarem'!!

Respeitosos cumprimentos, Minha Rainha..

karu disse...

:)
Concordo ctg. E acho, como este anónimo, que a perfeição se atinge pela experiência.
Só não erra quem nunca tentou.. ;)

Sol disse...

Não posso concordar quando dizes que as pessoas interessantes não têm um padrão de amor simples. Acho que estás a confundir conceitos!! O que é um padrão de amor simples? E o facto de estares com alguém faz de ti uma pessoa menos interessante ou o facto de não estares faz com que tenhas um padrão de visão complexo?
Sempre defendi que mais valia estar só do que andar com alguém para preencher buracos, ou para mostrar aos outros que se tem alguém (que barroco!) ou para ter, simplesmente, uma relação! Sempre me vi a viver eternamente sozinha e a nunca ter ninguém porque sempre acreditei que não iria encontrar ninguém que estivesse disposto a dar de uma forma igualitária numa relação. E comigo, é tudo ou nada. Para mim, isto é que um padrão simples de amor: tem-se uma relação se ele existir, se as pessoas funcionarem bem uma com a outra, se tiverem vontade de construir algo, se se entregarem, etc.. É certo que a maioria das pessoas não tem esta visão, mas elas é que estão a complicar, e a construir uma vida de merda em nome das aparências! São escolhas!

Anónimo disse...

Caro amigo anonimo...depois de ler o seu comentario...palavras para que! Os meus comprimentos e os meus parabens pela sua liçao de vida! Ah que despertar...

Anónimo disse...

"Para mim, isto é que um padrão simples de amor: tem-se uma relação se ele existir, se as pessoas funcionarem bem uma com a outra, se tiverem vontade de construir algo, se se entregarem, etc.. É certo que a maioria das pessoas não tem esta visão, mas elas é que estão a complicar, e a construir uma vida de merda em nome das aparências! São escolhas!"
By, Sol.
Exactamente....são opções! É triste! Compreendo perfeitamente pois tb faço parte da minoria e nao da maioria a que te referes! Mas pior do que "cosntruir uma vida em nome das aparencias"....é DEIXAR de construir uma vida por nao ter "aparencia"!
Bahhh..vá.se lá entender...

Anónimo disse...

Ui...condicionar a vida so porque se namora?!
Expliquem-me pois eu não sou deste planeta e lá no planeta onde eu vivo isso não acontece! Aliás acontece exactamente o contrario...
Mas afinal qual é o significado de namorar/namorado?

Rainha das cores disse...

"Mas acho que tendo-se baixas expectativas é bem mais simples ter um namorado"
Sol, dizer isto não é o mesmo que dizer que quem namora tem baixas expectativas, coisa com a qual não concordo de forma alguma.
"Normalmente as pessoas interessantes não têm vidas simples, nem padrões de amor simples"
Quando falei em "simples" referia-me a padrões "básicos", onde a relação se apoia mais nas tais aparências ou conveniências do que na verdadeira intimidade, coisa que, a meu ver, existe em grande escala.
Não quis, de forma alguma, atacar os (e)namorados, longe disso! Até porque não ponho tudo no mesmo "saco", as pessoas, as relações, as situações são complexas demais para poderem ser classificadas dessa forma.
Limitei-me a dar a minha humilde opinião em relação ao namorar vs não namorar, criticando a "pressão" generalizada que parece existir para que se encontre um par, e o tipo de relações sem conteúdo que muitas vezes vemos à nossa volta.
Porque se é verdade que um namorado deve ser um "complemento da nossa vida", que exige "acima de tudo confiança como base e a capacidade de viver uma vida a dois respeitando sempre o espaço e os limites de cada um" (anonymous concordo totalmente), e se é verdade que, quando assim é, TUDO fica simples, também é verdade que isso não é facil de encontrar/construir... Mas não é impossivel claro, e é nisso que eu acredito, tal como acredito que posso ganhar o euromilhoes ;)
Esclarecidos alguns pontos...podem continuar! ;)

PS- E.T. se calhar no teu planeta são mais evoluidos... como é por lá?

Anónimo disse...

A questão não é ser mais evoluido ou não! A questão é...a questão é...é complicado esplicar aos habitantes do planeta TERRA, onde a visão é a dobrar! Nos como somos E.T´S e só temos um olho njo centro da cabeça, somos mais directos e enfrentamos as coisas mais directamente! Agora "voçes" parece que temem que o "Bicho Papão" aparece e vos devore como presas indefesas e que depois o MUNDO acabe! (Parece-me!!)
Por lá...as pessoas quando enamoram.se arriscam! Jogar no Euromilhões estás a "arriscar" que te saia o prémio certo? Lá no meu planeta acontece o mesmo, só que o prémio nao são Euros mas sim...felicidade! Arrisca-se a ter felicidade, a ser feliz! É assim por lá...

Sol disse...

Aaahhh!!! Agora já te consegui compreender!!! ;)

Anónimo disse...

Sol, entendes? podes-me fazer um desenho por favor? Não entendo! É que não entendo mesmo... É complicado! Puxa...será que vem com manual de instruções? =)

Sol disse...

Anónimo 2: Acho que o manual de instruções não vem incluído; tens que ir pela máxima: do it your self!! ;)

n disse...

Ora bemnhe! Muito giro este debate :). Queria só acrescentar um aspecto.

Acho que mais do que expectativas altas ou baixas, é fundamental (expectativa é sempre algo que nos condiciona/vicia) estar numa relação da forma mais livre possível. Ou seja mais desprendida, gratuita (o que não significa descomprometida): "Eu amo e admiro imenso esta pessoa, mas consigo continuar a minha vida sem me alienar. Se ela não quiser mais ser minha companheira, a minha vida mantém-se equilibrada com um caminho, com um sentido, apesar de poder sentir dor. Porque a amo estou feliz se ela for feliz, mantenho-me seu amigo, e por isso a dor, sente-se mas, torna-se gratidão".

Para isto (a liberdade), é fundamental o conhecimento profundo. Especialmente o auto-conhecimento, porque a forma livre como eu estou numa relação não depende do outro mas de mim, o principal responsável pela liberdade que cada pessoa tem é a própria pessoa.

Se eu souber muito bem quais são os meus limites, as minhas manias, se conseguir discernir bem as razões das minhas angústias (e não andar a dar tiros ao lado), se acima de tudo for muito honesto comigo próprio, saberei exactamente aquilo que quero na vida, numa relação, e não andarei a projectar noutros lugares ou pessoas os meus vícios ou males (desilusões?) nem tão pouco as qualidades e virtudes (ilusões?).

Depois de nos conhecermos é fundamental aceitarmo-nos. Quando se consegue isto pode dizer-se que o amor-próprio está em muito boa forma e aí é possível uma grande liberdade, o estado óptimo para se namorar de forma justa, o estado óptimo para se conhecer o outro sem viciar o jogo, o estado ideal (mas possível) para amar, passando pelo mesmo processo, de conhecimento-aceitação-partilha e amor, mas agora em relação ao outro.
Para mim isto vale para todas as relações, de amizade ou mais íntimas. O amor é só um, o que fazemos em, cada momento, com ele é outra história (ás vezes feia e outras bonita), o facto de habitarmos um corpo, de estarmos sujeitos à contingência da matéria, leva-nos a fazer escolhas sobre o que fazer com esse amor.

Bem hajam

Anónimo disse...

amen sister! tás lá

 
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